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Tratamentos foram infrutíferos e as árvores foram removidas
28 de Novembro de 2018
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A Câmara Municipal já procedeu à remoção das palmeiras que sofreram o ataque do escaravelho vermelho, uma espécie resistente contra os tratamentos aplicados. A Câmara Municipal recusa o termo abate no caso das palmeiras das canárias que há décadas faziam parte do Jardim Macedo Pinto.

As árvores sofreram nos últimos meses um ataque feroz do besouro vulgarmente chamado de escaravelho vermelho, das palmeiras ou da ferrugem (rhynchophorus ferrugineus), uma espécie que tem como preferência a palmeira das canárias (Phoenix canariensis) e que atacou várias palmeiras em toda a vila. Detectar a sua presença no início da infestação é muito difícil uma vez que, depois de atacar, os besouros acabam por abandonar a árvore e contaminar outras, mostrando-se, assim, muito complicado o seu controlo. Depois de um parecer técnico especializado, a Câmara Municipal aplicou um tratamento pioneiro na tentativa de salvar as duas palmeiras mas sem qualquer resultado.

Segundo as informações dos especialistas, o sistema vascular destas palmeiras é extremamente complexo. O tronco da palmeira das canárias mais não é que uma raiz, ou seja, cada folha está directamente ligada ao solo e se o núcleo for afetado ela deixa de produzir novas folhas e acaba por morrer. O certo é que o escaravelho vermelho ataca precisamente o núcleo ou olho da árvore e, por isso, os tratamentos acabam por se revelar ineficazes.

O Presidente da Câmara refere que “não é de ânimo leve que se removem árvores, mais ainda quando falamos destas em particular que, temos noção, eram o ícone deste Jardim. No entanto, da parte da Câmara Municipal tudo foi feito para as salvar, pedimos inclusive o conhecimento técnico e específico de especialistas mas todos os esforços foram infrutíferos”, adiantando também que “a remoção das árvores foi sendo adiada sempre na esperança que conseguíssemos um tratamento eficaz contra a doença deste escaravelho”.

A fêmea do escaravelho da ferrugem põe mais de 300 ovos nas zonas de crescimento da palmeira, formando os casulos com as próprias fibras da árvore. Em menos de 10 semanas o ciclo completa-se podendo ser encontrados mais de 1000 insectos numa só árvore. Depois das palmeiras, o escaravelho vermelho pode vir a atacar espécies similares, no caso agaves. Como tem uma capacidade de voo até cerca de 10 km com facilidade chega a outras espécies arbóreas.

O Presidente da Câmara recusa a palavra abate no caso das palmeiras do jardim Macedo Pinto referindo que “se tiverem que falar de abate ele foi feito pela praga do escaravelho. A nós, Câmara Municipal, e com alguma frustração com os esforços e tratamentos aplicados, cabe conseguir a melhor solução para este espaço, sendo nós os primeiros a assumir que nenhum plantio poderá substituir as árvores e as memórias que cada um de nós guarda daqueles espaço e daquelas palmeiras”.

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